segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ef 2.17, estáveis longe, estáveis perto, é uma expressão para identificar duas realidades: dos que estavam longe (os gentios) e dos que estavam perto (os judeus). Ambos pecaram e estavam destituídos da glória de Deus (Rm 3.23) e ambos, por Cristo, obtém acesso ao Pai por um mesmo Espírito.

Capítulo 02 vv. 11-22
Paulo segue o caráter doutrinário da epístola e, após apresentar o caráter da salvação nos versículos 1 a 10, agora segue trazendo a grande realidade da obra expiatória de Cristo: Ela não atinge somente o povo do velho concerto (os judeus), mas também os gentios, que pela fé em Cristo são feito um único corpo espiritual com os judeus. Vejamos esta realidade logo no versículo 11: Portanto, lembrai-vosde que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens. Paulo inicia seu discurso dirigindo-se aos gentios convertidos ao evangelho. Eles eram tidos como incircuncisos e, aos olhos de Israel, não podiam ser participantes da benção divina. Quando Israel falava acerca da incircuncisão, estava denotando um povo que, diferente deles, eram alheios a aliança de Deus, pois esta era simbolizada fisicamente em cada homem de Israel pela circuncisão. O propósito maior da obra expiatória de Cristo alcançou homens de todos os povos, tribos e raças, independentes de origens ou alianças anteriores. O Filho do homem veia para salvar os que se haviam perdido, e, embora a sua missão no seu ministério envolvesse primariamente as ovelhas perdidas da Casa de Israel (Mt 10), Ele veio para os que eram seus (os judeus), mas os seus não o receberam, mas, a todos os que o receberam (gentios), deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11,12). A caótica situação gentílica é demonstrada largamente neste capítuloA Bíblia continua citando que naquele tempo estávamos sem Cristo, separados da comunidade de Israel, alheios às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12). Vede que o apóstolo reforça o pensamento do versículo 11, apelando àqueles irmãos que se lembrem da sua situação anterior, antes de terem chegado ao conhecimento e obra do evangelho. Eles eram estranhos a comunidade de Israel, isto é, não faziam parte do povo do velho pacto, e desta forma, também não conheciam as alianças que o Pai havia feito com Israel. Desta forma, sequer sabiam que haveria de vir um salvador (isto é, "sem esperança"). Sendo escravos espirituais do pecado e do reino das trevas, estes gentios nada podiam esperar de seu futuro. E consequentemente, sem Deus no mundo. Esta expressão usa no grego o termo atheoi, que transmite-nos uma noção de que não possuíam um conhecimento correto de Deus. É interessante refletirmos que, de uma forma geral, os crentes gentios não conheciam e não possuíam informação alguma acerca do plano redentor de Deus por Israel, ao mesmo tempo que os crentes judeus ainda não podiam compreender a posição espiritual dos novos "irmãos gentios", e, pelo fato destes não conhecerem plenamente a aliança com Israel, podiam crer que estavam em melhores condições. Não é este a realidade.
O que vemos no versículo 13 é algo glorioso, pois indica uma mudança de estado: Mas agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Jesus. Estes que estavam longe eram os gentios e aqui, há um paralelo tremendo entre a velha vida e a nova vida. Mas, o que faz toda a diferença é que o fato de estarem perto é por estar em Cristo Jesus, e por terem sido aproximados pelo sangue de Jesus. Uma vez que éramos escravos do pecado, e, havendo a necessidade de que um preço fosse pago por ele, a obra de Cristo comprando para Deus com seu sangue homens de todos os povos, tribos, línguas e nações (Ap 5.9) é universal, a expiação é uma obra universal, de forma que, os que são comprados, pelo sangue de Jesus, são colocados numa mesma condição, em regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3). Glorioso sangue de Cristo, poderoso para quebrar as barreiras de separação. Jesus Cristo foi profetizado no AT como Príncipe da paz (Is 9.6), e Paulo parece confirmar esta verdade afirmando que Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e tendo derribado a parede de separação que estava no meio, a inimizade, e aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que, dos dois, criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade (Ef 2.14-16)É glorioso verificar a obra de Cristo, sendo Ele a nossa paz. Não tínhamos paz com Deus, mas, uma vez que somos justificados pela fé em Cristo, temos paz com Deus (Rm 5.1). É interessantíssimo notarmos, dentro do plano de salvação, que o caminho da salvação não diferencia povos, tanto judeus, como gentios devem passar pelo mesmo processo, arrependo-se, crendo em Cristo e, consequentemente, sendo justificados e regenerados, e entrando no processo de justificação, desta forma, entendemos que em Cristo as barreiras caem por terra e, consequentemente, de ambos fez um, tendo derribado a barreira de separação, que estava no meio, a inimizade. Desta forma, em Cristo, a lei de mandamentos em forma de ordenanças foi abolida, para que dos dois homens fosse criado apenas um. Aqui, a expressão homem é um termo genérico, como se fosse utilizado como "humanidade" ou "povos". Desta forma, entendemos que pela cruz, os dois homens, judeu e gentio, estando em Cristo, formam apenas um homem, que é a Igreja. E dentro deste corpo espiritual chamado igreja não há diferenças, e nem privilégios, desta forma, foi destruída a inimizade.
Cristo evangelizou a paz tanto aos que estáveis longe, como aos que estáveis perto, porque, por Ele, ambos temos acesso ao Pai por um mesmo Espírito (Ef 2.17,18). Entendemos ser nossos pecados a barreira de separação entre nós e Deus. Jesus expiou os pecados de todos aqueles que se achegam a Ele com fé, e, abriu a porta de comunicação com o Pai Celestial, que é realizada por intermédio do Espírito. Desta forma, podemos concluir como o apóstolo: assim, já não sois estrangeiros, e nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus (Ef 2.19). A expressão "família" identifica um novo padrão de relacionamento entre Deus e seu povo, pois o Cristo apresentou Deus como um Pai e nós, que recebemos a salvação por Cristo, como filhos espirituais, pela adoção de filhos (Gl 4.5,6; Mt 6.6; Jo 1.11,12). E esta família é como um edifício espiritual, constituído sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo Ele mesmo, Jesus, a pedra angular (Ef 2.20), no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual nós também estamos sendo edificados para a habitação de Deus no Espírito (Ef 2.21,22).


*****Viva a Palavra
No corpo de Cristo não há diferença entre povos, raças, tribos, línguas, somos todos um só povo, e unidos pelo amor. Ore ao Senhor para que todo o preconceito caia por terra em sua vida...


fonte:http://www.scriptura.hpg.com.br/novo/efesios/ef002b.htm



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